“AS PELES QUE HABITO” – Exposição de Fotografia de Oscar Malta na Casa do Alto

Em Portugal desde 2016, Oscar Malta é um artista em trânsito. A cidade do Porto é o seu mais recente caso (de estudo – e mais) e os resultados dessa relação são apresentados nesta que é a sua primeira exposição individual fora do Brasil. Conta com uma investigação pautada pela vivência como profissional, como cidadão brasileiro noutro país e também como pai. Assim, não está ausente e isento do mundo que o rodeia; pelo contrário, a sua obra é o resultado de esforços humanos, políticos e sensíveis.

Se dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, qual é o limite entre o corpo (o nosso) e a cidade que ocupamos? Para Oscar Malta, a pele é usada como metáfora dessas barreiras que nos definem e que também nos absorvem, muito embora a pele por ele tratada não se dê essencialmente nessa humana e biológica: Ela é também a própria cidade.

As fronteiras entre o corpo e a cidade, indivíduo e coletivo, legislações e vida privada, imigração e saudade, manifestam-se num conjunto de obras, parte de um processo investigativo e, portanto, em construção contínua. Os objetos expostos mostram a variedade de suportes que Oscar aceita como possibilidades de soluções estéticas.

Apesar de seu extenso repertório com fotografias e vídeo, Oscar Malta vai além dos campos da imagem revelada por processos químicos ou digitais. Ele revela o segredo por detrás da imagem, frequentemente a questionar os objetos “artísticos” e os espaços da arte. Onde se encontra a arte num mundo onde aparentemente tudo já foi algum dia questionado e exposto? Pra quem fala a arte? O que nos leva a olhar para um objeto e a chama-lo, nomeadamente, arte? E afinal, o que é uma exposição?

“As peles que habito” estará patente ao público até ao próximo dia 30 de abril.