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Casamento, espiritual e legal
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O edifício onde está instalado o Museu Municipal já teve várias funções, como é sabido. Uma delas foi a de registo civil, a partir de 1911, depois da publicação da lei de separação do Estado das Igrejas. Vamos aproveitar o mote para falar um pouco sobre os rituais de casamento ao longo a História, começando pela Roma antiga.
Como era o casamento na Roma antiga?
Era um ato privado. Ou seja, não era sancionado por nenhum sacerdote ou poder público. Isso não significa que não existisse cerimónia, significa apenas que era um ato informal. Na véspera, a noiva passava a vestir uma túnica branca com um cinto atado de forma especial (nó de Hércules), que só devia ser desatado quando o casamento fosse consumado. O cabelo era separado em 6 madeixas e sobre o véu, de cor laranja, era colocada uma coroa de flor de laranjeira.
No dia do casamento a pronuba, mulher casada uma única vez e com marido vivo, tratava de juntar as mãos direitas dos noivos, ao que se seguia a declaração “ubi tu Gaius, ego Gaia” por parte da noiva. O próximo passo era o banquete na casa da noiva, que se prolongava até ao anoitecer, altura em que ocorria a deductio. Isto era a simulação do rapto da noiva, esta refugiava-se nos braços da mãe enquanto o noivo fingia arrancá-la à força. Como nos diz o historiador Paul Veyne, “A noite de núpcias desenrolava-se, bem entendido, como uma violação legal e a esposa saía dela «ofendida contra o seu marido»”. A cerimónia era inspirada numa lenda fundadora de Roma, o Rapto das Sabinas.
O facto de o casamento não ser objeto de formalização legal podia originar alguns problemas, posteriormente. Por exemplo, os filhos de um casal tinham de ser considerados legítimos para aceder à herança e só o seriam se os pais fossem casados e não concubinos. O tribunal podia aferir isso através da verificação da constituição de um dote por parte da noiva, através de testemunhas que tenham assistido a uma cerimónia de caráter nupcial ou atestando que o presumível esposo sempre tratou como esposa a mulher que com ele vivia. Do mesmo modo que era fácil casar, era fácil o divórcio, bastava que a esposa abandonasse a casa do marido, levando consigo o dote.
Esta facilidade do divórcio levava a que certas mulheres aproveitassem a ausências dos seus maridos, no governo de províncias longínquas, para se divorciarem e voltar a casar. Isso não causava qualquer dano na reputação dos maridos, uma vez “o tema da infidelidade conjugal, tratado por Moliére, não era conhecido; se o fosse, Catão, César e Pompeu teriam sidos ilustres cornudos.” (Paul Veyne)
E na Idade Média?
Na Idade Média é quando a moral do casamento começa a ser enformada pela religião e, portanto, é quando o rito começa a ter mais semelhanças com aquele que conhecemos hodiernamente. Mas isso ficará para futura publicação.
Legenda imagem:
Pormenor de Aldobrandini Wedding, Biblioteca do Vaticano, Domínio Público, via Wikimedia Commons