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Sobre a importância de preservarmos a água…
É sabido que a Água é essencial à vida na Terra. Sem água nenhuma espécie vegetal ou animal, incluindo o ser humano, poderia sobreviver. Cerca de 70% da nossa alimentação e do nosso próprio corpo são constituídos por água.
Infelizmente, apesar de ser o composto mais abundante no planeta, a água hoje é um bem escasso. Menos de 0,01% do volume total de água existente na Terra está disponível para ser usada pelo ser humano. De facto, a maior parte da água não pode ser consumida pois é salgada ou encontra-se sob a forma de gelo, pelo que nos resta a água vinda dos rios, lagos e aquíferos subterrâneos. Além disso, 70% dessas águas subterrâneas encontram-se a grandes profundidades, dificultando a sua utilização económica.
De década para década, as questões relacionadas com a água disponível têm-se agravado, revelando uma preocupação com múltiplas vertentes. Pensando no ciclo natural da água, sabe-se que, do total de precipitação anual sobre os continentes (110.000 Km3), 65% volta à atmosfera e que, do restante, a maior parte é escoamento subterrâneo e que 30% é escoamento superficial. Ora, neste ciclo natural o ser humano foi introduzindo um elo que altera o equilíbrio global e que apresenta duas facetas: os níveis de consumo de água e a poluição da mesma.
A nível de consumo, o aumento da procura de água, não só à superfície como também no subsolo, devido a factores como o estilo de vida dos cidadãos dos países desenvolvidos, tem levado à sobre-exploração de “depósitos” que podem levar muito tempo a recuperarem para, assim, reequilibrarem o ciclo da água.
Em regiões onde a situação de falta de água já atinge índices críticos de disponibilidade, como nos países do Continente Africano, a média de consumo de água por pessoa é de 19 m3/dia. Segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), menos da metade da população mundial tem acesso à água potável. A irrigação corresponde a 73% do consumo de água, 21% vai para a indústria e apenas 6% destina-se ao consumo doméstico.
No nosso país, enquanto que a norte, o balanço entre as necessidades e os consumos ainda são positivos, da zona da Estremadura para sul, as necessidades e os consumos são maiores do que a disponibilidade de água. Estes consumos distribuem-se, a nível nacional, pelo sector agrícola, gastando a rega 74,5% de toda a água fornecida; pelo sector energético que consome 14%; a água para abastecimento residencial que ocupa 6,7%; a indústria com 4,4% e o turismo com 0,4% do total (Fonte: Relatório do Estado do Ambiente – 2001).
Às modificações na quantidade de água disponível nos “depósitos” do ciclo da água soma-se a faceta desse elo relacionada com a poluição. A contaminação das águas que são devolvidas pelo ser humano ao meio receptor (rios, mar ou solo) tem tomado a formas de esgotos domésticos incluindo detergentes, poluição industrial (ex. produtos químicos vários) e agrícola, causada por práticas intensivas (ex. pesticidas e fertilizantes).
No caso concreto da Maia, na zona norte do Concelho há muitos locais com forte tradição na exploração pecuária, nomeadamente, na produção de gado bovino.
Das produções de gado bovino resultam efluentes líquidos que incluem chorumes (constituídos essencialmente por mistura de fezes, urina e água); estrumes (dejectos e quantidades significativas de material utilizado na cama dos animais); águas sujas (resultam das operações de lavagem de salas de ordenha e áreas adjacentes, bem como das águas das chuvas com os dejectos dos parques descobertos) e águas lixiviantes dos silos (resultantes dos processos de fermentação que ocorrem na ensilagem de forragens).
Estes resíduos possuem um elevado potencial de poluição/valor fertilizante, já que o teor em matéria orgânica no caso dos chorumes pode atingir os 175.000 mg CBO5/L (uma água residual urbana pode atingir o valor de 400 mg/L), possuindo ainda cargas elevadas de azoto e fósforo. No caso de não serem convenientemente tratados, os resíduos constituem potenciais fontes de poluição orgânica não urbana, com consequências graves para o ambiente e para a saúde pública da população.
Daí a crescente preocupação que tem havido em diagnosticar a situação para, assim, traçar uma estratégia de minimização dos impactos desta actividade agrícola.
Quando se fala de gestão dos recursos hídricos, o trinómio água-ambiente-saúde deve, assim, estar lado a lado. Daí a importância do controlo da qualidade da água que consumimos todos os dias. Nesse sentido, as análises à água para o nosso consumo são sempre realizadas em dois pontos: na fonte onde é captada e à saída das torneiras (tendo a água, entretanto, passado por uma estação de tratamento de águas (ETA).
A classificação da qualidade da água é feita de acordo com uma série de parâmetros para os quais existem:
- Valores Máximos Recomendáveis (VMR), para que a água possa ser considerada em óptimas condições;
- Valores Máximos Admissíveis (VMA), acima dos quais a água deve ser considerada imprópria para consumo.
Em suma, o aumento exponencial do consumo aliado à crescente adição de substâncias estranhas e tóxicas aos recursos hídricos, têm feito diminuir a quantidade de recursos hídricos disponíveis e, consequentemente, tem crescido a necessidade de se pensar em novas opções de gestão, a nível local, regional e global, deste bem tão precioso e nem sempre suficientemente valorizado.
Pegada Hídrica
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Portugal tem uma das mais elevadas “pegadas hídricas” por habitante do mundo (em inglês, “water footprint”). Entre os seis países que têm a mais elevada pegada hídrica (de um total de 140) estão cinco da região Mediterrânica: Grécia, Itália, Espanha e Chipre, além de Portugal.
A pegada hídrica de um país é um conceito relativamente recente, mas cada vez mais importante, sempre que falamos em escassez de água.
Define-se como o volume total de água usado globalmente para produzir os bens e serviços consumidos pelos seus habitantes, tanto em território nacional como no estrangeiro, no caso dos bens importados. A World Wildlife Fund (WWF) estima que, em Portugal, a utilização de água seja aproximadamente de 52 m³/pessoa/ano, variando entre cerca de 130 litros (nos Açores) e mais de 290 litros (no Algarve).
De acordo com o Relatório da Pegada Hídrica em Portugal 2010 produzido pela WWF, cada habitante do nosso País é responsável pela utilização de 2.264m3/ano. Mais de 80% desse valor diz respeito à produção e consumo de produtos agrícolas, e mais de metade corresponde à importação de bens para consumo – ou seja, 54% da pegada hídrica em Portugal é externa.
A pouca eficiência do sector agrícola nacional, a dependência dos bens agrícolas que importamos (principalmente de Espanha), e as diferenças geográficas internas, com problemas de escassez de água a sul (em particular na bacia do Guadiana), são as principais causas da elevada pegada hídrica nacional.
Com a escassez de água cada vez maior no nosso país, é necessário tomar algumas medidas urgentes de poupança de água. Cada um de nós tem a responsabilidade de poupar água no seu dia-a-dia.
Veja o Relatório da Pegada Hídrica em Portugal aqui.