2366
Institucional4835
Notícias3331
Agenda: próximos eventos9886
Câmara Municipal7336
Editais e Avisos em vigor9803
Executivo Municipal6521
Reuniões da Câmara Municipal665
Organização dos Serviços3207
Heráldica do Município9237
Informação Económico-Financeira e Patrimonial5473
Contratação Pública3842
MAIA 2028 - Plano Estratégico6567
Discussão Pública5328
Repositório Editais e Regulamentos8888
Obras em curso no Espaço Público2828
Sobreiro FASE IV3789
Reabilitação e reforço da super-estrutura da passagem superior à linha do caminho de ferro - Águas Santas6950
Construção de uma rotunda na confluência da avenida de N. Sra. da Natividade com a travessa Nova da Giesta, na freguesia de Pedrouços6301
Acordo quadro - beneficiação de vias municipais8487
Novo acesso à junta de freguesia de Águas Santas3962
Requalificação da rua da Igreja, rua da Escola e da rua da Seara, freguesia do Castelo da Maia9102
Retificação da Rua do Apeadeiro, em Mandim, na freguesia do Castêlo da Maia5767
Beneficiação da Rua de D. Amélia Moutinho Alves, freguesia de Pedrouços1265
Reforço da rede interna de águas pluviais4381
Requalificação da Via Lidador Igreja, freguesia de Vila Nova da Telha1691
Ligação da rede de drenagem de águas residuais à EN142858
Reabilitação de pontes de traves em granito, no rio Leça4326
Execução e fornecimento de protótipo de estrutura abrigo e mobiliário de apoio ao comércio e atividades complementares nos espaços de mercado-feira do município
5083
Índice de Transparência Municipal3168
Despachos do Presidente da Câmara Municipal136
Participação em reunião de Câmara1052
Documentos
5940
Assembleia Municipal5246
Notícias9272
Composição4822
Deputados da Assembleia Municipal da Maia5720
Mesa da Assembleia Municipal da Maia7843
Comissão de Trabalho das Atividades da Assembleia Municipal2947
Comissão da Proteção e Bem-Estar Animal2437
Comissão da Revisão do Regimento4305
Comissão de Transportes e Mobilidade9426
Comissão de Acompanhamento do Programa Estratégico do Parque Metropolitano da Maia
9342
Regimento6811
Galeria Fotográfica4973
Documentos5945
Publicações722
Contactos2224
Participação em reunião da Assembleia
1540
Apoio ao Consumidor6214
Recursos Humanos3287
Polícia Municipal1929
Proteção Civil2565
Provedor dos Munícipes8260
Plano de Mobilidade Sustentável4502
Planeamento5836
2ª Revisão ao PDM6645
Reabilitação Urbana7581
ARU Centro Cidade da Maia7837
ARU Águas Santas/ Pedrouços9955
ARU Núcleo Urbano Moreira/ V.N. Telha2116
ARU Ardegães2583
ARU Vila do Castêlo da Maia7475
ARU Expansão da Cidade2803
ARU Monte de Santa Cruz1132
ARU de Nogueira4330
ARU de Vila Nova da Telha8016
ARU Milheirós7863
ARU Central de Folgosa e S. Pedro Fins120
ARU de S. Pedro Fins5501
Perguntas Frequentes sobre a Reabilitação Urbana9442
Projetos em curso4038
Conceito de Obra de Reabilitação Urbana e Procedimentos
1534
Tarifários Sociais de Água, Saneamento e Resíduos Urbanos da Maia4930
Programa Municipal de Emergência Social9085
Relações Internacionais8098
Inovação e Desenvolvimento3228
Planos Estratégicos1649
Programas e Projetos357
Horizonte Europa41
BaZe1545
Notícias5288
Imagina a cidade do futuro?6905
Balanço Zero de Carbono9243
Living Lab Maia2921
Conceito6736
Objetivos9494
Pacotes de Trabalho e Ações8479
BaZe Oficina9814
Parceiros7299
Contactos
5023
URBACT6537
EIT Climate - KIC6783
Participation4All
6509
ISI: Plataforma de Gestão Urbana
1116
Gestão Urbana767
Regulamentos Municipais1249
BUPi - Balcão Único do Prédio4906
Atendimento Municipal6848
Agendamentos3631
Serviços Online395
Área de Munícipe8431
Editar Dados Pessoais7591
Os Meus Serviços6556
As Minhas Preferências5060
Comentários5802
Serviços Online1588
Serviços Online2405
Formulários5600
Consultar7075
Contratos de Águas2886
Histórico de Interações8381
Faturas5397
Educandos5505
Lugares de Feira1535
Processos de Contraordenação8866
Habitação5817
Processos de Urbanismo6436
Licenças de Processos de Urbanismo2573
Processos de Publicidade9900
Processos de Urbanismo804
Processos de Urbanismo9603
Processos de Urbanismo
5078
Área Reservada
1465
Empresas Municipais7562
Sistema de Gestão3440
Requerimentos9773
Metrologia8007
Boletins Municipais4543
Juntas de Freguesia9495
Eleições Europeias 20246429
Prestação Serviços de Medicina do Trabalho7454
Canal de Denúncias4391
Contactos
2562
Viver6486
Desenvolvimento Social e Demografia5291
Pelouro de Desenvolvimento Social e Demografia3615
Notícias e Eventos8954
Contacto da Divisão de Desenvolvimento Social7782
Apoio Alimentar5211
Apoio ao Cidadão com Deficiência4590
Banco Municipal de Produtos de Apoio3365
Cabaz de Natal1720
Chave de Afetos -Teleassistência para Idosos9156
Comissão de Proteção de Crianças e Jovens da Maia4271
COMPROMISSUM- Centro de Voluntariado da Maia3460
Entidades Solidárias9111
Gabinetes de Atendimento Integrado Local - SAAS da Maia579
Guia de Recursos Sociais do Município6422
Por Freguesia5011
Por Resposta Social8789
I. Juntas de Freguesia do Concelho1788
II. Instituições de Solidariedade Social5594
III. Conferências Vicentinas5023
IV. Serviços e Equipamentos para Crianças e Jovens154
V. Serviços e Equipamentos para Pessoas com Deficiência274
VI. Serviços e Equipamentos de Apoio a Idosos2340
VII. Serviços e Equipamentos para a Família e a Comunidade3282
VIII. Serviços e Equipamentos de Apoio aos Cidadãos Imigrantes8792
IX. Apoio Alimentar3785
X. Serviços e Equipamentos na Área da Saúde4419
XI. Outros Recursos de Apoio Social7129
XII. Contactos Úteis
5915
Habitação Social Municipal4738
Igualdade e Não Discriminação3575
Maia Melhor1063
Missão “Sorrisos de Esperança”407
Programa Municipal de Emergência Social3699
Programa Municipal de Saúde Sénior 60+4707
Programa “Policia Municipal, Proximidade Maior”9357
Projeto 55 +4099
Programa Recrimaia3585
Rede Social da Maia9314
Serviço de Pequenas Reparações ao Domícilio6911
Tarifários Sociais de Água, Saneamento e Resíduos Urbanos da Maia730
Outros Projetos781
Mapa Site
9096
Ambiente3769
Notícias4417
Eventos1308
Ambiente1186
Ar8253
Ruído9604
Água4270
Resíduos9753
Biodiversidade e Solo2054
Espaços Verdes7018
Ecocaminho4931
Jardim do Chantre5655
Quinta da Gruta2855
Parque de Avioso - S. Pedro169
Jardim da Praça dos Altos206
Parque Central da Maia9156
Parque Urbano do Novo Rumo2079
Jardim do Aqueduto8439
Parque Urbano dos Maninhos9596
Jardim do Património4251
Parque de Quires9573
Parque Ponte de Moreira1372
Parque Urbano dos Amores7843
Parque Urbano de Moutidos1836
Casa do Alto2888
Jardim da Granja5249
Jardim dos Mogos5961
Jardim Maria Angelina Oliveira Carvalho3078
Jardim Av. António Santos Leite9866
Jardim do Monte Penedo182
Monte da Caverneira1997
Monte da Senhora da Hora3706
Monte de Santo António6288
Monte de S. Miguel o Anjo4638
Monte de Santa Cruz4546
Monte de Santo Ovídeo1356
Quinta da Caverneira481
Jardim da Pícua8351
Jardim do Alambique1788
Jardim do Novo Horizonte8068
Jardim do Sport Clube7857
Bosque Autóctone3724
Jardim da Praceta Lino Maia4238
Jardim do Lago dos Maninhos9854
Jardim do Olheiro5298
Jardim de Calvilhe6068
Jardim do Solheirinho6338
Jardim de Frejufe3717
Jardim das Enxurreiras5391
Jardim do Rosmaninho6249
Jardim dos Arcos
4227
Floresta
8697
Desenvolvimento Sustentável7439
Educação Ambiental1760
Bem-estar Animal8955
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Contacte-nos5258
Hortas da Maia
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Cultura1224
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Espaços Culturais5904
Estórias e Memórias8675
Heráldica Municipal590
Património Cultural6635
Obras da Coleção de Arte da Câmara Municipal da Maia952
Publicações341
A Lã e o Linho7180
Aeródromo do Porto (Aeroporto de Pedras Rubras, 1940-1945)4557
Gastronomia e Religião9871
Os Tamanqueiros e os Pauzeiros da Maia4854
Subsídios para o estudo da medicina popular nas Terras da Maia7509
Gastronomia e Doçaria nas terras da Maia2545
A Maia e a Gastronomia6752
Cestos Florais Maiatos176
A Árvore de Camilo460
A Matança do Porco8585
Brevíssima História da Maia402
A Campa do Preto2493
Romaria a Nossa Senhora do Bom Despacho6384
O Santo Lenho de Moreira5823
Canastras Florais2071
“ZMORK" para a Maia8095
UIVO 10 - Catálogo3782
UIVO 11 - Catálogo6873
Terra Maia9906
Livro MAM_212924
UIVO 13 - Catálogo
6878
Ilustres Maiatos9965
Álvaro Aurélio do Céu Oliveira4737
Dr. Augusto Martins9548
Prof. Doutor Carlos Alberto Ferreira de Almeida1675
Gonçalo Mendes da Maia675
Professor Doutor Joaquim Rodrigues dos Santos Júnior1436
Prof. Dr. José Vieira de Carvalho8225
Conselheiro Luiz de Magalhães966
Albino José Moreira3065
Dr. Manuel Ferreira Ribeiro3557
Paio Mendes da Maia3102
Padre João Vieira Neves Castro da Cruz3509
Visconte de Barreiros977
Eurico Thomaz de Lima8766
Manuel Marques Pereira d' Oliveira1222
Comendador Augusto Simões Ferreira da Silva2752
Mestre António Costa5433
Doutor António Cândido da Cruz Alvura8287
Altino Maia3627
D. José Alves Correia da Silva, o «Bispo de Fátima»8654
António José Ferreira Carvalho6086
Rafael Carlos Pereira de Sousa4991
Amálio Maia8634
Papiniano Carlos2782
Carolina Michaëlis
8904
Peças Arqueológicas4311
Revista da Maia4104
UIVO 11 - Mostra de Ilustração da Maia I Registo fotográfico inauguração6619
"O som da Revolução" - Mural 50 anos do 25 de Abril
1824
Biblioteca313
Museu2890
Contactos39
Bilheteira / Loja on-line4308
Inquérito de satisfação dos serviços (im-069)5747
Mera comunicação prévia de espetáculos de natureza artística1142
Cultura Inclui
7509
Desporto4051
Pelouro do Desporto1292
Atividades Anuais9851
Eventos5262
Notícias9165
Trabalha Connosco4812
XIV Edição Jogos Eixo Atlântico - Maia´221411
Plano Estratégico Desenvolvimento Desportivo3465
Galeria de Imagens9346
Associativismo444
Instalações Desportivas7207
Torneio Maia Jovem - 30ª Edição8474
Contactos
5803
Educação e Ciência6462
Cartão Escolar Municipal2659
Rede Educativa8311
Oferta Formativa9206
Ementas/Refeições Escolares2941
Batas da Educação Pré-Escolar5770
Transporte Escolar2997
Atividades de Enriquecimento Curricular9966
LUDI+8716
Projetos / Programas4298
PRR - Plano de Recuperação e Resiliência1765
Conselho Municipal de Educação538
Carta Educativa638
Plano Educativo Municipal4319
Cidades Educadoras5734
Prémios de Mérito e Excelência Escolar7258
Regulamento dos Serviços Municipais de Educação9134
Contactos
1523
Juventude8042
Eventos8022
Férias Ativas Jovens6143
Férias Ativas Jovens | verão´247627
Férias Ativas Jovens | Páscoa´241514
Férias Ativas Jovens | Natal´236599
Férias Ativas Jovens | Verão´238032
Férias Ativas Jovens | Páscoa´236763
Férias Ativas Jovens | Natal´22437
Férias Ativas Jovens | Verão´2249
Férias Ativas Jovens | Páscoa´226768
Férias Ativas Jovens | Natal´215671
Férias Ativas Jovens | Natal´198902
Férias Ativas Jovens | Verão´195027
Férias Ativas Jovens | Páscoa´198829
Férias Ativas Jovens | Natal´188327
Férias Ativas Jovens | Verão´181425
Férias Ativas Jovens | Páscoa´181170
Férias Ativas Jovens | Natal´17184
Férias Ativas Jovens | Verão´172435
Férias Ativas Jovens | Páscoa´17
9691
Festival de Danças Urbanas5399
Festival de Teatro Jovem3783
Maia ShowCase8423
Break Even | 12.abr.24808
Mula Ruça | 03.jun.232916
Out Liars | 17.fev.238517
“FLEUMA” | 22.out.22170
On The Rocks - Out Liars | 17.set.228626
Concerto de Clarinete - Duarte Maia | 23.jul.225072
“Estranho Conhecido” | 29.mai.229421
Concerto de António Sousa | 30.ago.196908
Recital de José Miguel Borges | 14.abr.191901
“O Coiso” | 30.jun.18
5363
Programa “CONHECES?”5218
Verão´24 - 'Conheces?' Arouca?4617
Páscoa´24 - 'Conheces?' À descoberta da Maia6161
Natal´23 - Conheces?' Zoo da Maia?7574
Verão´23 - 'Conheces?' Vila Nova de Gaia?6627
Páscoa´23 - 'Conheces?' a Galeria da Biodiversidade/Centro Ciência Viva e o Jardim Botânico do Porto?468
Natal´22 - Conheces?' Perlim?4450
Verão´22 - 'Conheces?' a Casa do Alto?1609
Páscoa´22 - 'Conheces?' Viana do Castelo?12
Páscoa´18 - “CONHECES?” o teu Concelho?
2534
Notícias8201
Onde Estamos1841
O que Fazemos1051
Conselho Municipal de Juventude3519
Maia Rise Up7200
OPJM - Orçamento Participativo Jovem da Maia5468
Plano Municipal de Juventude6614
Associativismo Juvenil4603
Instagram5062
Galeria Multimédia288
Link´s Úteis
3150
Investir4865
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Gastronomia e Religião
É importante, profunda e eivada de simbolismo a relação entre Gastronomia e Religião.
E se o será desde os primórdios da humanidade, quando o homem, na sua fase animista, adorava tudo quanto era fundamental para a sua sobrevivência, foi-o muito mais quando alguns desses homens, ouvindo a mensagem difundida por um grupo de profetas, e pouco depois, tomando contacto com aquele a quem passaram a chamar Mestre, e que haveria de revelar-se o Filho de Deus feito homem, se iria estabelecer uma nova religião, assente num conjunto de preceitos, materializados por Moisés no Monte Sinai, e que constituem, até hoje, uma verdadeira filosofia de vida. Há mais de dois mil anos, essa mesma filosofia se mantém actual nos seus princípios básicos, mudando, aqui e ali, apenas naquilo que, afinal, é acessório.
Pois essa Religião, o Cristianismo, assenta em vários pilares. Possui vários Dogmas. Releva determinadas características. E uma delas, uma das mais visíveis, uma das mais conhecidas, uma das mais simbólicas tem a ver exactamente com alguns episódios da vida de Cristo, que mais não são do que glosas da célebre frase «Eu sou o Pão da Vida».
É o caso do conhecido milagre da multiplicação dos pães e dos peixes. Quando um dia, pela tardinha, os discípulos lembraram a Jesus que era tempo de mandar para casa toda a gente que se havia juntado para o ouvir, cerca de 5.000 homens, e que começavam a estar cheios de fome. Perante a existência de, apenas, cinco pães e dois peixes, Jesus mandou que todo o povo se sentasse na erva e, tomando os pães levantou os olhos ao céu, deu graças e ordenou aos Apóstolos que os distribuíssem. Depois fez o mesmo aos peixes. E todos comeram quanto lhes apeteceu, e ainda foram recolhidos nada menos do que doze cestos de sobras. No outro dia um grupo procura Jesus em Cafarnaum, para Lhe manifestar a sua gratidão. Então Jesus diz-lhes: «Vós buscais-me porque comestes dos pães e ficastes saciados... Eu sou o pão da vida; o que vem a Mim, jamais terá fome». «Vossos pais comeram o maná, no deserto, e apesar disso morreram. Mas quem comer deste pão, não morrerá!». « Quem comer a Minha carne e beber o Meu sangue terá a Vida Eterna!».
E esta é justamente uma das associações mais simbólicas do Cristianismo. O pão como elemento e como alimento fundamental. Para o corpo e para o espírito. Associação esta que culmina na última ceia. Quando na véspera da Sua morte, Jesus se reuniu com os Apóstolos, no Cenáculo, para com eles celebrar a grande Festa do povo judeu, a Páscoa. Sentados à mesa haviam já comido da carne do cordeiro imolado, juntamente com pão ázimo e ervas amargas. Então, toma um pedaço de pão que havia sobrado da ceia, concentra-se, levanta os olhos ao céu, abençoa-o e diz: «lsto é o Meu Corpo. Tomai e comei!» Vivamente impressionados, os apóstolos comeram. Depois, pegando num cálice com vinho, diz ainda: «Este é o cálice do Meu Sangue... Tomai e bebei». E todos beberam. E, por fim acrescentou: «Isto que Eu acabo de fazer, fazei-o vós também em memória de Mim». Tinha chegado, enfim, a hora da redenção! Transformado em Cordeiro, o Seu sangue apagaria todos os pecados! Transformado em pão, o Seu corpo mataria todas as fomes!
Em todos os recantos do mundo repete-se ainda hoje o milagre da Última Ceia. A palavra Missa, apesar de tão repetida e banalizada, encerra esta profunda realidade: nela, o pão é transformado no Corpo de Jesus e o vinho no Seu Sangue.
Temos assim uma óbvia associação primordial entre uma das essências do Cristianismo e a alimentação, consubstanciada na última ceia.
Mas, pondo de lado este aspecto, gostaria de ressaltar aqui três pontos de contacto entre estas duas realidades.
O primeiro, que é tido como época de provação gastronómica, mas que se analisarmos bem as coisas, era exactamente o contrário, diz respeito à Quaresma - época do ano em que, por imposição religiosa, é proibido comer carne. Inicia-se com a quarta-feira de cinzas, dia em que começa o período de jejum e abstinência assinalado pela Igreja, e dura sete semanas.
A Quaresma teve um marcado carácter restritivo, de penitência e jejum. Originalmente ter-se-á instituído como contraposição aos fastos de todo o tipo das festas pagãs invernais, e aos excessos protagonizados pelo Carnaval.
Os preceitos proibiam o uso de certos produtos, nomeadamente tudo o que era carne e alguns dos seus derivados. Este facto vai originar uma importante mudança de hábitos alimentares, sobretudo nas regiões rurais, e vai exercitar a capacidade de adaptação daqueles que tinham responsabilidade na confecção dos alimentos.
Uma das estratégias de adaptação é uma maior utilização do peixe. E, de entre estes, o Bacalhau. Sendo antigamente produto muito acessível, a sua cura permitia-lhe ser guardado e, por isso, utilizado sempre que necessário. Também outros peixes e moluscos, susceptveis de serem secos e/ou salgados, como a sardinha ou o polvo, por exemplo, passaram a consumir-se em maior quantidade. Era a forma de obstar às dificuldades de conservação dos alimentos, característica destes tempos. E para evitar uma certa monotonia, as nossas cozinheiras esmeravam-se, e assados e estufados de peixe, tendo por vezes como substrato suculentos refogados, substituíam-se à carne do resto do ano.
Mas esta capacidade adaptativa atingia por vezes grau elevado. E perdoem-me aqui a evocação frequente de minha bisavó e de minha avó materna, duas mulheres verdadeiramente sábias, falecidas ambas com mais de noventa anos, e que eram verdadeiras artistas da cozinha. Executavam, e inventavam, receitas que só por me encontrar neste lugar não classifico de divinais.
Um dos casos de que me lembro bem, e que saudades tenho dele, é o dos peixinhos da horta. Eram confeccionados com as vagens de feijão verde, cozidas, passadas por um polme com farinha, ovo e cebola picada, fritando-se em azeite bem quente.
Outro era o caldo de castanhas piladas. Dado que a substância da maior parte das sopas da nossa região era o unto, de óbvia origem animal, o caldo de castanhas substituía com frequência nesta época o tradicional caldo de berças ou de qualquer outra hortaliça. Obtém-se pondo de véspera as castanhas de molho em água fria. Leva-se ao lume uma panela com água, aproveitando também a água em que as castanhas demolharam, e quando ferver, deitam-se os feijões e as castanhas. À parte aloura-se no azeite a cebola cortada às rodelas fininhas, juntando-se depois o conteúdo da panela. Quando o feijão estiver aberto, junta-se o arroz, tempera-se com sal e deixa-se cozer bem. O resultado era um aromático e apaladado caldo, perfeitamente dentro dos cânones da abstinência. Comia-se durante a Quaresma, mormente na Quinta-feira Santa. Mas também no dia de S. Bartolomeu porque andando o diabo à solta não se podia ir à horta colher legumes frescos.
Outro ainda era o do «Peixe delicioso» que a minha bisavó confeccionava. Num prato de ir ao forno colocavam-se rodelas de cebola regadas com um fio de azeite. Sobre elas dispunham-se os filetes de peixe, fosse ele qual fosse, previamente temperados com limão, sal, pimenta e um pouco de manteiga. Cobria-se tudo com leite, colocando-se por cima pão ralado. Ia ao forno a cozer, ficando a parte superior com um aspecto alourado.
E outra evocação gostosa era a dos chicharros grandes assados no forno. Temperados com sal, pimenta, um pouco de colorau, um dente de alho e umas gotas de sumo de limão, ficavam a marinar por uma boa meia hora. Entretanto coziam-se batatinhas pequenas, que se descascavam e temperavam com sal, pimenta e colorau. Depois, num tacho, colocava-se azeite, alho migado e cebola às rodelas, deixando-se refogar um pouco, mas sem alourar. De seguida, adicionava-se uma ou duas folhas de louro, pimentos vermelhos aos gomos, e meio copo de vinho branco, verificando o sal e juntando duas ou três gotinhas de piri-piri ou uma malagueta pequena. Finalmente, num tabuleiro de ir ao forno, colocava-se cerca de um terço desta mistura, pondo por cima os chicharros e cobrindo depois com o resto. 20 minutos a meia hora de forno, e estava pronto a servir.
Digam-me lá se não estamos perante uma culinária rica, ainda que em período de abstinência. Digam-me lá se os nossos antepassados não sabiam bem colmatar a falta da carne, dos fumados e dos enchidos com deliciosos pratos de peixe, fresco ou seco.
Mas a seguir à Quaresma restritiva surgia, evoé, a Páscoa.
Festa que celebra a Ressurreição de Cristo, mas com contornos pré-cristãos, a sua data foi definida no Concílio das Igrejas Cristãs em 345 como a do primeiro Domingo a seguir à lua cheia de Primavera.
Caindo em plena época de renovação da natureza, e após a abstinência da Quaresma, a Páscoa tem agregadas numerosas tradições gastronómicas um pouco por todo o mundo.
Entre nós, na Terra da Maia, são maioritariamente desta época os melindres, a aletria, o pão de ló, e, sobretudo, o pão doce. Este, uma produção típica da Maia, da margem sul do Ave ao Leça, era o bolo pascal por excelência. E não esquecer as broinhas de erva doce, de quem Frei Jerónimo Baía escreveu, com muita graça:
Uns bolinhos de erva doce
Comemos, sem sermos asnos,
Porque quando é doce a erva
Todos da erva gostamos.
Mas também, e como símbolo quase universal, os ovos cozidos e tingidos, sempre com produtos naturais, tais como a casca de cebola para o castanho dourado ou a flor do mato para os amarelos.
Ou, como é óbvio, e depois de um longo período de privação de carne, os pratos em que ela era rainha. E lá vem o cozido à portuguesa. Ou o lombo assado em banha, ou o coelho assado em azeite, ambos em fogão a lenha, e em assadeira de barro.
Mas, também aqui, evoco dois pratos que as minhas avós preparavam.
O saboroso arroz de carqueja no forno, que levava chouriço de vinho, costelinha de porco, e toucinho entremeado.
Cortava-se as carnes em pedaços e punham-se a marinar com uma cebola, três dentes de alho, uma cenoura muito bem picada e sem talo, duas folhas de loureiro, sem o veio central, e um copo de vinho tinto. A marinada durava da manhã para a noite, ou da noite para a manhã. Entretanto, preparava-se um chá de carqueja forte. Depois, refogava-se outra cebola em azeite, juntando-se a carne e, a pouco e pouco, o líquido da marinada. Quando o líquido se tivesse reduzido, ia-se juntando o chá de carqueja, tapando bem o tacho. À parte, numa panela grande, cozia-se o arroz em água a ferver, com sal, escorrendo-se depois num passador. Num tabuleiro de ir ao forno, bem untado com manteiga, espalhava-se metade do arroz e pedacinhos pequeninos de manteiga, pondo-se depois as carnes refogadas, cobrindo-se tudo com o restante arroz. Por cima espalhava-se mais um poucochinho de manteiga e, depois, dois ovos batidos. Alisava-se o todo e polvilhava-se com queijo ralado (queijo velho, duro, que se ralava em casa), e ia ao forno a alourar. Só vos digo que igualava, se não superava, o melhor arroz de pato que tenho comido.
E, animal típico da Páscoa, não podia faltar o Cabrito. E a minha bisavó preparava uma soberba perna de cabrito tostada, que começava pela confecção de uma massa homogénea que levava banha, alho picado, louro, sal e pimenta e que se moia e passava muito bem. Com esta massa barrava-se a perna e deixava-se a repousar um dia inteiro. Depois, ia ao forno a assar. Entretanto, a dois pães velhos retirava-se a côdea e passavam-se no raspador, misturando-os com azeite e um dente de alho picado. Quando a carne estava assada, cobria-se com esta mistura e levava-se de novo ao forno para que o pão ficasse tostado e estaladiço. Servia-se com batatinha assada em azeite e legumes.
Mas, se evocamos aqui a Páscoa, Ressurreição do Senhor, não podemos deixar de lembrar o Seu nascimento – o Natal.
Festa da Família por excelência, o natal apresenta-se também riquíssimo sob o ponto de vista gastronómico. Aqui pontificava, na nossa zona, a Ceia. E o protagonista era o tradicional bacalhau (inglês para quem podia), acompanhado de batatas grandes, pencas e ovos, tudo bem regado com o molho fervido, confeccionado com azeite, cebola, louro, sal, pimenta e cominhos. À sobremesa, doces, doces e mais doces. Bolo-Rei, aletria, rabanadas, simples e de vinho, bolhelhos, preparados com abóbora, açúcar em ponto de pérola e canela, formigos, eu sei lá que mais. Depois do regresso da Missa do Galo, bebia-se chocolate ou vinho quente e comia-se regueifa com queijo, figos e nozes.
No dia de Natal, bacalhau ao almoço e ao jantar. No primeiro caso, funcionava como entrada e era bacalhau desfiado muito fino, misturado com a batata em puré. No segundo, à noite, a famigerada roupa velha, ou farrapo velho, refogando as sobras do bacalhau da consoada.
Mas havia dois pratos de que gostaria de vos falar. As minhas avós preparavam, para o dia de natal um inesquecível arroz de galo. Com o dito limpo, cortava-se em pedaços, preferentemente pelas articulações para não deixar estilhaços. Levava-se ao lume num tacho grande uma ou duas colheres de sopa de manteiga, azeite a cobrir o fundo, cebola e alho picados, mexendo até que alourassem. Depois, deitava-se um copo de água e deixava-se ferver ligeiramente. De seguida juntava-se a carne e os miúdos e cobria-se tudo com água. Juntava-se uma folha de louro e deixava-se o todo cozer, lentamente, vigiando e acrescentando água quando necessário. O ideal é que depois de cozer haja de líquido o dobro do volume do arroz. Se houvesse excesso de gordura era retirado então, para que se acrescentasse depois o arroz, rectificando os temperos.
Tapava-se o tacho e deixava-se cozer até que o arroz ficasse enxuto. Era um manjar celestial.
E, para sobremesa, outra especialidade. Havia em minha casa um grande malapeiro. Dava malápios bem maiores do que o costume, assemelhando-se a maçãs. Preparavam-se da seguinte forma: limpavam-se cuidadosamente e levavam-se a assar no forno sem nada. Entretanto, misturava-se açúcar amarelo, canela e meio litro de vinho tinto, aquecendo-se, sem deixar ferver, de modo a ganhar uma fina película à superfície. Colocava-se em malgas, um malápio em cada se fossem dos grandes, ou dois dos pequenos, regando-os com o vinho ainda quente. Polvilhavam-se com um mistura de açúcar amarelo e canela e serviam-se.
Meus caros amigos, temo fazer-vos incorrer no pecado da gula, o que de modo nenhum convém a este espaço sagrado que nos acolhe. Sendo assim vou terminar, não sem evocar aqui o terceiro aspecto de que vos queria falar – a doçaria conventual.
Os Conventos ou Mosteiros, a maior parte deles fundados por reis e príncipes (para além dos instituídos por autoridades clericais), eram por eles dotados de prebendas e direitos que lhes garantiam subsistência razoavelmente abastada e farta, até 1834, data da extinção das ordens Religiosas em Portugal.
Muitos acolhiam filhas da nobreza e das famílias mais ricas que, além dos seus dotes, traziam consigo hábitos de alimentação e receitas familiares que originaram requintadas preparações gastronómicas e doçaria rica e por vezes complexa.
As suas criadas, que muitas vezes as acompanhavam nos conventos, mas que também muitas vezes as deixavam, foram certamente responsáveis pela divulgação de algumas receitas que foram entrando nas tradições portuguesas: o arroz-doce, o pão-de-ló, a aletria, os inúmeros doces de ovos, e tantos outros.
Durante cerca de setecentos anos, este saber foi-se acumulando e evoluindo com novos ingredientes, novas experiências e a longa prática das monjas que lhes dedicavam intermináveis horas de trabalho, paciência e devoção. A necessidade de em alguns casos ganharem o seu pão de todos os dias, levou algumas freiras a começaram a tirar partido das suas "prendas" manuais (costuras, bordados e rendas) mas, muito em especial, das receitas da requintada doçaria pelas quais os seus conventos se tinham tornado tão famosos. Assim, e graças à investigação de muitos estudiosos que interpretaram as notas manuscritas de muitos arquivos dos mosteiros, vieram saindo a público e ao domínio de muitas mãos leigas as maravilhas dos doces conventuais.
Pois na nossa Maia não se foge a esta regra.
E por influência das clarissas de Vila do Conde e do Porto, ou das beneditinas de Vairão, muita doçaria se confeccionava. Os Tolos, com uma clara, onze gemas, 250 gramas de açúcar e 300 de farinha de trigo, as Sapatetas, com dez gemas de ovos, 100 gramas de amêndoas e 250 de açúcar, os Pastéis de Santa Clara ou Clarinhas, com recheio de chila, fritos em azeite e polvilhados com açúcar, os Papos de Anjo, com muitas gemas e pouca farinha, untados com manteiga e passados por uma calda de açúcar em ponto de fio, o Doce do Céu, cortado às fatias passadas numa calda grossa de açúcar temperado com canela e água de flor, os Beijos de Freira, biscoitos feitos com farinha, leite de coco, gemas de ovos, manteiga e açúcar, as Barrigas de Freira, com doze gemas, seis claras, meio quilo de açúcar, cinquenta gramas de manteiga, pão de ló em fatias e chocolate, as Mães-Bentas, com farinha de arroz, açúcar, manteiga, coco ralado, ovos e um pouco de erva doce, o Manjar Divino, com açúcar, gemas, pão, amêndoas e canela, ou os nossos bem conhecidos Bolo da Abadessa, com mel, azeite, gemas de ovos, nozes, canela e erva-doce, Pescoços de Freira, com açúcar em ponto de pérola, amêndoa ralada, manteiga e ovos, ou Toucinho do Céu da Maia, com açúcar, miolo de amêndoa, sumo de laranja, gemas e claras de ovos.
Como verificamos, é manancial inesgotável de informação, a merecer, só por si, sistemática recolha e publicação. Quem sabe se esta não será uma tarefa para a nossa Confraria.
E para terminar de facto, um episódio curioso. Conta-se que Frei Manuel do Cenáculo Vilas Boas, bispo de Beja e arcebispo de Évora, quando, em Maio de 1804, foi a Viana do Alentejo sagrar a Igreja de Nossa Senhora de Aires e sossegar as freiras daquela vila que andavam muito intranquilas, tendo provado várias guloseimas preparadas pelas ditas religiosas, terá comentado: ninguém diria que senhoras tão azedas poderiam confeccionar mimos tão doces.
Concordamos com ele, ao menos na segunda parte da afirmação.